A verruga plantar costuma ser um desafio para muitos podólogos, seja ele iniciante ou experiente.
Mas você não está só, porque eu também, no início da minha carreira, já cometi vários e vários erros na identificação e no tratamento da verruga.
E foi isso que me motivou a escrever este conteúdo sobre os erros mais comuns que o podólogo não pode cometer quando o assunto é verrugas na Podologia. Vamos começar?!
1. Cauterizar a Verruga Plantar sem desbastar
A verruga plantar, naturalmente, forma uma camada de queratose em cima do local infectado pelo vírus.
No entanto, essa queratose não é o local a ser cauterizado porque na verdade são células mortas.
Precisamos atingir as células mais profundas da epiderme que estão infectadas, pois essas células são exatamente as que o vírus vai utilizar para se reproduzir.
Por isso, precisamos desbastar a queratose para que a cauterização alcance as células infectadas.
Quando o podólogo cauteriza a queratose sem fazer o desbaste que se forma em cima da verruga, o processo inflamatório não inicia e consequentemente o combate à infecção também não acontece.
2. Não usar o curativo em cut out
Depois da cauterização, a região cauterizada precisa de repouso. Esse repouso é importante para acelerar a cicatrização.
Além disso, é necessário não só evitar pressão exagerada na área cauterizada como também aliviar a dor do paciente.
E é exatamente aí que entra o curativo em cut out.
Cut out é um formato de curativo. Sua função é proteger o local, para previnir pressão exagerada e aliviar a dor.
Não usar esse curativo é um erro porque a região cauterizada não vai ter o repouso necessário. Isso faz com que o tratamento demore mais, além de causar dor no paciente.
3. Parar o tratamento quando tem calo milhar
Outro erro muito comum é parar de tratar quando tem o calo milhar. Isso é um erro porque ainda há vírus no local.
Muitos podólogos confundem o calo milhar com uma cicatriz. Embora pareça cicatriz, não é.
Sendo assim, a cauterização tem que continuar até que as linhas de clivagem fiquem normais de novo, isto é, sem interrupção.
Se as linhas de clivagem estão interrompidas e tem algo que parece cicatriz, na verdade, é um calo milhar.
Portanto, nessa situação, o tratamento precisa continuar.
4. Tratar calo como se fosse verruga
O mais frequente erro é tratar o calo como se fosse uma verruga. O podólogo chegou à conclusão que o calo é uma verruga. Mas na verdade não é.
Daí inicia um protocolo para verruga em um calo. Ou seja, desbasta e cauteriza uma falsa verruga plantar.
Isso não dá certo porque não há vírus no local. Há somente pele grossa.
E as consequências não são nada legais, pois pode causar ferida desnecessária, além de o paciente sentir muito mais dor e não voltar.
Como resultado, o podólogo acaba perdendo o cliente e a credibilidade.
5. Tratar verruga como se fosse calo
O contrário também acontece. O podólogo julga que a verruga plantar é na verdade um calo.
Então começa um protocolo para calo em uma verruga.
Acho que nem preciso dizer que não vai funcionar, concorda?!
Daí o falso calo nunca some porque simplesmente não é calo.
Mas então como diferenciar calo de verruga plantar, uma vez que são parecidos?
Precisamos observar três pontos:
- pápulas hiperqueratósicas
- interrupção das linhas digitais
- presença de pontos pretos
Na verruga plantar temos esses três elementos presentes.